[22 dias para o Switch 2] A longevidade do console: Por que o Switch durou tanto?

5 horas atrás • Project N • Via CoelhoNews.com: Seu agregador de notícias Nintendo
[22 dias para o Switch 2] A longevidade do console: Por que o Switch durou tanto?

Estamos de volta! Depois de um breve hiato de 5 dias — causado por alguns imprevistos técnicos — nossa contagem regressiva diária para o lançamento do Nintendo Switch 2 retorna com força total!

E para celebrar o retorno, nada melhor do que abordar um dos temas mais curiosos e impressionantes da trajetória do Switch: como ele conseguiu viver tanto tempo?
Em uma indústria onde a sede por gráficos mais realistas, processamento mais rápido e tecnologias de ponta só fazem crescer, o nosso querido Suitão seguiu firme. Mesmo com limitações técnicas evidentes, mesmo ficando de fora de vários anúncios e lançamentos que nem sequer cogitavam uma versão para o console da Nintendo, ele resistiu.

O Switch atravessou gerações, enfrentou períodos de escassez, viu seus concorrentes saltarem em potência e ainda assim permaneceu no centro da estratégia da Big N,  como único console da empresa — até o dia 04 de junho de 2025.

Mas… como isso foi possível?

1. O Conceito Hibrido no mundo cotidiano

Poderíamos começar esta matéria de várias formas, mas vamos direto a um ponto que já foi abordado aqui no site e que é essencial para entender o sucesso do Switch. Nem precisa deste humilde redator vir até você, leitor(a), para dizer o óbvio: a vida está corrida.

Acordar cedo, enfrentar aquele ônibus, metrô ou trem lotado, chegar ao trabalho, lidar com as reclamações do dia a dia, voltar para casa e… puf, dormir. Agora, insira nessa rotina de milhões — vivida por pessoas no mundo todo — a presença de filhos, estudos, tarefas domésticas, responsabilidades extras… e por aí vai. Tudo isso suga sua energia de tal forma que, ao fim do dia, tudo o que você quer é uma cama e mais nada.

O conceito do console híbrido é muito poderoso para uma rotina como essa. A ideia de poder jogar em qualquer lugar, a qualquer hora, vai muito além de uma simples “possibilidade”. Jogar o Switch “a qualquer momento” significa ter a liberdade de encontrar, no meio do caos diário, um momento só seu. Um respiro. Uma fuga da realidade. E, por que não, um instante de felicidade.

Achou exagerado o que foi dito? Então presta atenção na história do comercial da Nintendo: Rediscover your sense of adventure with The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom.

No vídeo, vemos um homem exausto, preso a uma rotina desgastante:  acorda cedo, enfrenta o trânsito, trabalha o dia todo e volta para casa cada vez mais sem brilho nos olhos. Até que, de repente, ele descobre o Nintendo Switch. Ao lado de Tears of the Kingdom, o console se transforma em um companheiro silencioso nas viagens de trem, trazendo de volta o sorriso que havia sumido do seu rosto.

“Tá, e o que tem essa história?”
O detalhe é que ela foi inspirada em um fato real  e não estou falando de forma poética ou idealizada. O comercial se baseia em um relato escrito por um usuário no site da Amazon japonesa, contando como o Switch ajudou a transformar sua rotina. Um exemplo simples, mas poderoso, de como um videogame pode devolver algo essencial: a alegria.

Sou um adulto trabalhador, um suposto empresário. Sou empurrado pela correria do transporte público, me curvando diante de clientes e chefes, sendo forçado a treinar funcionários juniores e a fazer muitas coisas, e acabo fazendo hora extra todos os dias. Até a montanha que vejo no caminho para o trabalho, cujo nome nem sei, me irrita. Quando chego em casa, estou tonto e sem energia para comer, então só bebo álcool e durmo. Se eu tivesse tempo para jogar, deveria estar indo a seminários ou procurando um parceiro para casar, o que me deixa mais impaciente do que deveria. Passo os dias me perguntando por que ainda estou vivo.

Fui comprar bebida alcoólica porque acabei de sair e vi o Switch em promoção nas lojas. Aí me lembrei daquele dia. Quando eu era criança e curtia muito Mario 64, meu amigo disse: “Que chato jogar Mario hoje em dia! Agora é a era do PlayStation!” e eu fiquei envergonhado. Na época, eu não queria que meu amigo me detestasse, então também me lembro de ter respondido: “É, você tem razão. Mario já é antiquado!”

A beleza do FF7 naquela época e o choque de poder ouvir o CD na TV… a garotada atual pode não entender esses sentimentos. É o quão atraente e inovador era para as crianças daquela época.

Ainda não sei por que comprei o Switch naquela época. Simplesmente segurei uma cerveja na mão e comprei o console e o Zelda, pensando que poderia vendê-los se fossem chatos.

Ontem, no meu dia de trabalho, olhei pela janela do trem para uma montanha cujo nome eu nem sabia e pensei: “Parece que consigo escalar isso”. Naquele momento, comecei a chorar e não consegui parar. Os empresários da mesma idade que estavam ao meu lado devem ter pensado: “Que diabos é esse cara?”

Eu recomendaria a todos os meus colegas empresários que estão com pouco tempo e lutando dia após dia para manter o status quo, mesmo que todos o odeiem. Não diga que é apenas um jogo. Nascemos na era de ouro dos videogames. Você já viu sua família mover o corpo inteiro quando o Mario pula? Você se lembra de jogar Mario Kart ou Smash Bros com seus amigos levando seus próprios controles? Você já discutiu estratégias de Chrono Trigger ou FF7 com seus amigos? Agora eu sei. Quando eu era pirralho, meus pais me deram consoles e softwares caros de aniversário, Natal e outras coisas. Meus pais, que estavam sempre me enchendo o saco, conseguiram juntar dinheiro do orçamento deles para comprar jogos caros para mim.

Fiquei comovido por perceber tardiamente muitas coisas que não percebi devido à correria da minha vida. Eu deveria ter sido mais filial.

As avaliações de 5 estrelas são todas boas, então não tenho o que falar agora. Este Zelda me dá o “desafio e a recompensa” que eu tinha esquecido. Posso explorar o mundo livremente sem mapas, é uma experiência de aventura emocionante. Pessoas da minha idade estão cansadas todos os dias para superar o amanhã. Mas não se desespere com a sua vida. A aventura que eu queria estava em um lugar assim.

PS: Sinto-me grato por este Zelda e gostaria de pedir desculpas à equipe de desenvolvimento de Mario 64 e à Nintendo. Gostaria de me desculpar pelas mentiras que contei naquele dia, dizendo que Mario 64 era antiquado, embora eu o adorasse. Estou sinceramente ansioso pelo lançamento de Mario Odyssey neste inverno.

Posfácio, 7 de maio: depois de 180 horas de jogo, recuperei a memória e vi o final. Mais do que tudo, gostaria de agradecer a todos que leram minha análise horrível, longa, confusa e constrangedora, escrita com emoção. Também gostaria de agradecer a todos que deram a ela uma avaliação “útil”, não apenas por lê-la. Nunca fui tão apreciado por tantas pessoas, mesmo no meu trabalho. Gostei muito das minhas 180 horas correndo por Hyrule. Gostaria de agradecer não apenas à Nintendo, mas também a todos os fãs de Zelda que continuaram a apoiar Zelda. Obrigado por uma ótima aventura.

Não diga que é apenas um jogo. […] Pessoas da minha idade estão doentes todos os dias para superar o amanhã. Mas não desespere da vida. Esse trecho expõe como o conceito de hibrido alavancou a ideia do Switch de poder experimentar a diversão em um momento especifico do seu dia.

2. Grandes Lançamentos

O que marca uma geração?
O que faz você desejar com todas as forças aquele tão sonhado videogame — aquela plataforma linda e reluzente, que parece clamar pelo seu suado dinheiro só para fazer parte da sua vida?

Seria apenas o aparelho em si? Ou os jogos que ele permite você viver?

É claro que o que marca uma geração de games, muito mais do que o hardware, são os jogos que a acompanham. E é incrível como a Nintendo foi feliz ao desenvolver tantos títulos que realmente definiram uma era. Não estamos falando apenas de gosto pessoal ou opinião. São jogos que, de alguma forma, entraram para a história, ganhando capítulos próprios no conto do que foi o Nintendo Switch.

É impossível esquecer as incontáveis partidas online de Mario Kart 8 Deluxe, o deslumbramento ao explorar o Great Plateau em The Legend of Zelda: Breath of the Wild, a ansiedade pelos anúncios dos novos lutadores em Super Smash Bros. Ultimate, a alegria de ver seu/sua amigo(a) se encantar com a sua ilha em Animal Crossing: New Horizons, ou a adrenalina de fugir dos robôs E.M.M.I. em Metroid Dread. Fora tantos outros momentos inesquecíveis que vivemos em outros jogos.

Lá em 2013, ao comentar o fracasso do Nintendo Wii U, Reggie Fils-Aimé,  então presidente da Nintendo of America, revelou que um dos principais motivos apontados pela Big N para o baixo desempenho do console foi a falta de lançamentos contínuos, que fazia o público perder o interesse com o tempo. Ou seja: o que dissemos acima não são palavras ao vento. A força dos jogos é o que sustenta uma geração.

Os desafios que estamos enfrentando com o Wii U não têm nada a ver com o seu nome. O problema é a falta de um ritmo constante de lançamentos para motivar o consumidor a se sentir envolvido com o console e destacar a ampla variedade de usos do GamePad. Esse é o problema.

O consumidor entende que nós temos um novo sistema. Mas o consumidor está dizendo: ‘O que eu vou jogar? E o que eu vou jogar que tenha uma experiência nova, única e convincente em comparação ao que posso fazer hoje, seja no Wii ou em outro sistema?'”

3. Gestão estratégica da Nintendo

Esse tema está muito ligado à nossa matéria anterior, mas não há como deixá-lo de fora neste momento. A Nintendo aprendeu (e aprendeu bem) com os tropeços do GameCube e do Wii U. Evitou os erros do passado, aprimorou o que funcionou no Wii, e entregou com excelência a ideia de que navegava em um mercado próprio, buscando existir sem concorrentes diretos e se estabelecendo como um console verdadeiramente único. Já abordamos bem essa linha de pensamento. Agora, vamos analisar por uma outra ótica.

Além de tudo o que foi dito até aqui, é preciso enaltecer o quanto a Big N foi certeira ao manter o hype aceso por oito anos inteiros. Afinal, como uma empresa conseguia manter milhões de pessoas ao redor do mundo impactadas, alucinadas, esperançosas por uma transmissão simultânea de 20, 30, às vezes 40 minutos?

A estratégia das Nintendo Directs foi genial. Elas alimentavam a expectativa de futuro, fazendo com que muitos comprassem o Switch já sonhando com o que ainda viria. Os eventos, com o tempo, tornaram-se verdadeiros marcos da cultura pop gamer. Sim, alguns anúncios decepcionavam, é verdade. Mas quando aparecia aquele jogo que mexia com a gente… era mágico. (O surto que eu dei ao ver Ocarina of Timesim, Ocarina! — quando anunciaram o aplicativo do Nintendo 64 no Switch, jamais será esquecido).

Não há como negar o quão impressionante foi a forma como a Big N soube valorizar sua marca durante todo esse tempo. Mesmo em momentos difíceis, como a pandemia, tudo foi decidido com uma estratégia clara, certeira e emocional. O resultado? O Switch se tornou não apenas um dos maiores sucessos comerciais da Nintendo, mas também um dos maiores marcos da história dos videogames.

4. Saber atingir os públicos de todas as idades

m quantos debates você já se deparou com frases como: “A Nintendo é coisa de criança, só tem jogo infantil, blá blá blá…” ou então “A Nintendo só tem adulto nostálgico que ainda joga essas coisas”? A coincidência entre esses dois comentários negativos revela, na verdade, uma das grandes qualidades da Big N neste ciclo: a capacidade de atingir todas as faixas etárias, mostrando o primor eclético que foi o Nintendo Switch.

Não é segredo para ninguém que a empresa adotou uma imagem family friendly, mas é inegável que o console conseguiu satisfazer a todos. Além disso, a Nintendo se notabilizou, durante este ciclo, por diversificar suas experiências sem perder a identidade. De um lado, entregou aventuras épicas e complexas como The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Tears of the Kingdom, que desafiaram até os jogadores mais experientes. Do outro, ofereceu jogos acessíveis e acolhedores como Animal Crossing: New Horizons e Kirby and the Forgotten Land, que encantaram tanto novatos quanto veteranos.

O Switch se tornou palco para todo tipo de experiência: do multiplayer caótico de Super Smash Bros. Ultimate às jornadas emocionantes e narrativas densas em RPGs como Xenoblade Chronicles 3. Sem contar os indies, que encontraram no console um lar perfeito para brilhar. A pluralidade de gêneros, estilos visuais e níveis de desafio fez com que o Switch fosse, de fato, um console para todos.

E talvez seja justamente essa a resposta para a longevidade impressionante do Nintendo Switch: ele não tentou agradar apenas um nicho. Ele abraçou o público inteiro.

[Curtiu o texto? Então fica de olho, porque amanhã tem mais! Seguimos explorando cada detalhe dessa jornada incrível que foi o ciclo do Nintendo Switch, um console que marcou época e ainda tem muita história pra contar]

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